A retomada da economia na pós-pandemia do coronavírus demandará investimento em ações e estratégias alternativas e novas métricas de crescimento 

Muitos planos foram feitos em 2019 para o ano de 2020, já que ninguém contava com a pandemia do coronavírus e seu rápido alcance mundial.

Eram tempos em que os empresários buscavam soluções e melhorias para seus negócios; estudantes e trabalhadores queriam empreender, e tudo isso foi interrompido de maneira acelerada e intempestiva.

Quando a quarentena teve início, não houve grande tempo hábil de adaptação para as empresas. A orientação foi clara: os setores que não fizessem parte de serviços emergenciais, como hospitais, guarda-civil e farmácias, dentre outros, deveriam manter seus escritórios fechados até o final da primeira fase da quarentena.

A solução encontrada para muitos negócios foi o adotar a modalidade do home office. Nesse momento, a única certeza era de que 2020 seria um ano de insegurança e instabilidade financeira.

Retomada da economia e perspectivas

A retomada da economia por ser mais lenta do que esperamos. Passados tantos meses do início da pandemia, muitos empresários que ainda estão no mercado, agora se perguntam: como será a retomada das atividades quando a quarentena cessar?

Mesmo com a pandemia existindo, quando as vacinas estiverem disponíveis, ainda existirá lugar no mercado para a minha empresa?

Bem, medidas proativas e ações corajosas devem ser pensadas e até aplicadas desde já. Não sabemos muito sobre o futuro, mas entendemos que será necessário muito empenho e esforços para retomar a economia.

Impacto da Pandemia nas pequenas empresas

Um levantamento publicado pelo Sebrae mostrou que a quantidade de empresas com dívidas em aberto ainda é alta, 36% delas estão no vermelho e sem previsão de quitação com os bancos.

Os números ainda apontam que, considerando o universo dos empreendimentos, 15 milhões de negócios foram afetados com redução de cerca de 75% no faturamento.

Para o presidente do serviço, Carlos Melles, os dados mostram que o cenário ainda é preocupante, mas indicam também que os primeiros sinais de recuperação começam a ser percebidos.

“O caminho será longo, íngreme e demorado. Mas já começamos a enxergar uma luz no fim do túnel”, comenta Melles. Ele ressalta, no entanto, que as medidas de apoio às micro e pequenas empresas precisam continuar.

Como movimentar o meu negócio? Antes de mais nada, é necessário entender que estamos vivendo um momento chamado de “novo normal”.

Isso significa, a grosso modo, que a vida que tínhamos em outros tempos, não voltará a ser como era, e a economia não está fora desse conceito.

Antes de entrar em desespero, pare e pense: este pode ser o momento ideal para o seu negócio ser reinventado, e com isso, boas oportunidades e novas perspectivas poderão ser encontradas e criadas por você.

Vendas on-line

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Responda às seguintes perguntas: o seu produto ou serviço continua sendo necessário? É possível migrá-lo para o plano digital?

Antes de dizer que não, analise todas as possibilidades que te cercam, desde e-commerces para produtos, substituindo as lojas físicas, até consultorias profissionais dentro do segmento do seu negócio.

“Empresas que não acreditavam na viabilidade do home office passaram a acreditar mais e funcionários que achavam que o home office era solução da vida deles, agora acham que é bom passar alguns dias em casa e outros no escritório. Então, caminhamos para um mundo intermediário daqui pra frente”, contou Milton Beck, diretor do Linkedln na América Latina, ao Info Money durante sua participação na Expert XP 2020.

Dessa maneira, você ainda poderá contar com os benefícios do Marketing Digital, que é o conjunto de táticas digitais que negócios ou pessoas utilizam para atingir seus objetivos, já que os usuários on-line estão ainda mais presentes desde o início do distanciamento social.

Varejo e criação de possibilidades

Para a retomada da economia, é possível alavancar os negócios com ações criativas, sempre usando a expertise já adquirida. Por exemplo, se a sua empresa atua no varejo, que tal fidelizar seus clientes com promoções exclusivas, descontos e um novo cartão fidelidade, para mantê-lo sempre à vista?

Da mesma forma, vocês também podem renegociar o contrato: lembre-se, essa é uma época difícil para todos e temos que manter flexibilidade nas decisões monetárias. Arriscar também envolve baratear e negociar, para obter novos valores que supram as necessidades de ambas as partes.

Esteja on-line

É imprescindível manter a sua marca na internet, especialmente nos tempos atuais. O Marketing Digital Humanizado, estratégia que tem como objetivo aproximar os usuários e a empresa, estabelecendo, dessa forma, uma ligação especial entre a marca e seus consumidores, tem sido de grande valor durante a pandemia.

“Podemos notar uma forte causa nas redes sociais, por exemplo, em prol da sustentabilidade financeira dos pequenos comerciantes e empreendedores regionais. O olhar do cliente para o pequeno varejista é diferente, porque ele vê o consumidor sem ser um mero número, e as pessoas começaram a dar mais importância a esse tipo de atenção mais personalizada”, afirmou Patrícia Cotti, diretora executiva do Ibevar.

Conselhos de executivos bem-sucedidos

Antes de mais nada, para conquistar uma retomada da economia com equilíbrio, é necessário um planejamento estratégico, porém, tudo depende de uma análise específica de cenário: não existe uma fórmula pronta que possa ser aplicada para todos os setores empresariais.

Ao passo que, é fundamental, nesse momento, ouvir e filtrar conselhos de especialistas no ramo dos negócios.

O Global Retail Show é uma plataforma de discussão e debate criada com o intuito de fortalecer varejistas e maximizar a colaboração entre empresários, executivos, governos, empresas e indivíduos.

“As pessoas começaram a ter acesso a diversas novas conveniências em todas as classes sociais. Isso é algo estabelecido e não tem volta.” A afirmação é de Beto Funari, CEO da Alpargatas.

“A penetração dos canais on-line cresceu o equivalente a dois anos em três meses. Esse é um caminho sem volta e só vai acelerar.” De acordo com Funari, as pessoas ressignificarão a experiência física com um padrão de expectativas muito elevado.

Flavia Bittencourt, da Adidas, falou sobre a aceleração no consumo, causada pela pandemia. Segundo ela, muitos processos da empresa ganharam nova velocidade e algumas demandas não estavam 100% preparadas para o momento.

“Roupas para trabalhar em casa, por exemplo, tiveram um salto absurdo (nas vendas) e o nosso estoque não estava preparado para este movimento”, contou a executiva.

Atacadistas e distribuidores

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Empresas que trabalham com a modalidade atacadista, fazem a distribuição de mercadorias para os lojistas. Elas realizam as compras em grandes quantidades e revendem na forma de lotes.

Já os Distribuidores, são aqueles que compram e vendem produtos de fornecedores da Indústria, construindo vínculos de exclusividade com os mesmos.

Em tempos de crise, a renegociação do contrato também é um recurso válido quando se trata de venda para o próprio mercado. Atualmente, uma das opções de fidelização, é oferecer vantagens aos pequenos empresários, principalmente para enfrentar a concorrência.

Oportunidades

Para que alguns setores não ficassem com abastecimentos de produtos e insumos prejudicados, o departamento do atacado distribuidor teve que se adaptar rapidamente à nova realidade imposta pela disseminação do novo coronavírus.

Apesar disso, os gastos com alimentação, remédios, produtos de primeira necessidade, eletrônicos, cresceram muito em razão das pessoas estarem demandando e consumindo mais.

Este segmento é responsável por 53,6% do abastecimento de insumos para o pequeno e médio varejo em todo o país.

A princípio, para evitar o desabastecimento em grande parte do comércio, o setor não parou, evitando uma crise maior ainda. Contudo, manteve diálogo permanente com o poder público para manter as atividades. Claro, dentro de todas as normas de higiene estabelecidas a fim de evitar o alastramento da pandemia.

Retomada da economia X Cenário mundial

Com a recessão mundial causada pela pandemia do coronavírus, muitas questões financeiras ainda são discutidas, e a principal delas é: como será a retomada da economia?

Uma das métricas propostas para a avaliação de possibilidades utiliza as letras V, L e K, representando diferentes gráficos de linha, com os cenários econômicos de curto e médio prazo.

Gráfico em V

Temos aqui uma possibilidade positiva de recuperação, em que retomada da economia subirá absoluta em seu regresso às atividades pós-pandemia. Dessa forma, nesse cenário, as empresas estarão preparadas para voltar, desde que existam investimentos governamentais.

Gráfico em L

Esse é o cenário mais pessimista entre os apresentados. A letra L é caracterizada por uma grande queda, seguida por uma recuperação lenta e sutil, quase imperceptível, como uma linha horizontal. A razão para atingirmos esse cenário seria, principalmente, a falta de estímulos econômicos.

Gráfico em K

O gráfico em K representa muita complexidade, e curvas de recuperação diferentes para empresas e pessoas físicas, de acordo com seus lucros. Nesse cenário, os bancos priorizarão empresas maiores e indivíduos com alta renda, dando-lhes juros mais baixos.

Em contrapartida, as empresas de menor porte e pessoas com baixa renda precisarão esperar por um estímulo econômico posterior.

Falência não precisa ser o fim

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Quando um negócio está à beira do colapso, costuma pedir proteção contra falência. Isso permite que ele passe por uma reorganização de seus negócios, dívidas e ativos.

Em algumas das vezes, essas empresas são bem-sucedidas em suas reestruturações, enquanto em outros casos, acabam liquidando ativos e fechando definitivamente suas lojas.

Em alguns casos, as empresas conseguem sair da falência mais fortes do que nunca. A Apple é um bom exemplo de vitória:

Pode ser difícil acreditar que uma das maiores empresas do mundo em capitalização de mercado já esteve em apuros. Embora nunca tenha declarado falência, de fato, a Apple estava quase nesse estágio em 1997, quando a arquirrival Microsoft investiu 150 milhões e a salvou.

Marvel

É surpreendente descobrir que a Marvel, responsável pelas franquias Homem-aranha e Vingadores, dentre outras, declarou falência em 1996. Isso foi antes da empresa entrar no ramo de produção de filmes, quando ainda tinha como principal foco as HQs.

Atualmente, as propriedades da empresa valem bilhões de dólares com milhões de fãs ao redor do mundo e agora é uma subsidiária da Disney.

Sustentabilidade

Na retomada da economia, as empresas precisam criar programas de sustentabilidade com diretrizes de longo prazo, que englobem todos os seus negócios, incluindo cadeia de suprimentos e ciclo de vida dos produtos, para que causem o menor impacto ambiental possível.

Com a divulgação mais ampla da sustentabilidade no campo dos negócios, os consumidores estão interessados em conhecer a pegada ecológica da empresa onde investirão os seus recursos. O público não voltará a ignorar esse aspecto, e essa é uma tendência que deve ser observada pelos gerentes e empreendedores.

“Quanto mais engajadas estiverem com as questões de sustentabilidade, mais as empresas serão vistas como eficientes, ficarão bem posicionadas no mercado e terão um retorno financeiro de longo prazo”, afirmou o presidente do Conselho Técnico-consultivo do CDP América Latina, Celso Funcia Lemme.