É crucial entender qual é o seu fluxo de caixa e saber como usar um demonstrativo para se manter atualizado. Sem o devido controle, o negócio pode não conseguir honrar com suas obrigações financeiras.

Antes de mais nada é importante estabelecer: nenhuma empresa pode se dar ao luxo de ignorar seu fluxo de caixa. É possível realizar esse estudo com base em dias, semanas e até meses. Quanto mais detalhado for, maior será a visão e clareza que vamos ter do fluxo que o dinheiro percorreu dentro do negócio.

O montante em dinheiro ou seu equivalente recebido pela empresa como forma de pagamento aos credores, é conhecido como fluxo de caixa. Sua análise é frequentemente usada para estudar a posição de liquidez da organização. Ela fornece um informe instantâneo da quantidade de dinheiro que entra no negócio, de sua fonte e também de tudo o que sai.

Gestores X Fluxo de Caixa

Os gestores, de um modo geral, costumam compreender o conceito de Fluxo de Caixa. Muitas vezes, vale dizer, dominam naturalmente a execução das tarefas relacionadas a ele.

No entanto, com a movimentação do dia a dia, se torna uma tendência natural que determinadas atividades passem a ser realizada de maneira mais mecânica, em meio a uma série de funções, prazos e gestão empresarial. Na realidade, é comum que cada um desses passos se perca um pouco na correria da rotina.

Desse modo, vale ressaltarmos a importância do Fluxo de Caixa para as organizações.

O principal foco desta tarefa é acompanhar de perto as finanças, a fim de verificar a saúde da empresa, possibilitando, assim, um melhor planejamento orçamentário de ações futuras e apoiando a tomada de decisões dos gestores.

Calculando

Para calcular o fluxo de caixa, basta somar todos os seus pagamentos em dinheiro durante um determinado período (geralmente um mês) e retirar isso dos seus recebimentos de caixa. Sua movimentação pode ser avaliada com mais precisão em um período de três meses ou mais, já que a maioria das empresas têm, naturalmente, altos e baixos.

Se a diferença for positiva, significa que você tem mais caixa no final deste período. Já no caso de valores negativos, existe uma menor quantidade de dinheiro no final de um determinado período quando comparado com o saldo inicial no início de um ciclo.

Calculadora ícones simbolizando finanças

Demonstrativos de fluxo de caixa

Para analisar de onde entra e sai o dinheiro, são preparados demonstrativos de fluxo de caixa. Abaixo, temos as três categorias principais:

1. Operacional, que inclui as transações do dia a dia;
2. Investimento: neste caso, lidamos com operações feitas para fins de expansão;
3. Financiamento, que abrange transações relacionadas ao valor dos dividendos pagos aos acionistas.

No entanto, o nível de fluxo de caixa não é a métrica ideal para analisar uma empresa ao tomar a decisão de investir ou não. O balanço patrimonial dessa organização, bem como suas declarações de renda, devem ser estudados cuidadosamente para chegar a uma conclusão.

O nível de caixa pode estar aumentando para uma empresa porque ela pode ter vendido alguns de seus ativos, mas isso não significa que a liquidez esteja melhorando. Por exemplo, se a organização negociou uma parte dos seus ativos para quitar dívidas, isso é um sinal negativo, que deve ser investigado a fim de obter mais esclarecimentos.

Se a empresa não está reinvestindo no caixa, então este também é um sinal negativo porque, nesse caso, não está aproveitando a oportunidade para diversificar ou construir negócios para expansão.

Principais Erros cometidos

Somente com um fluxo de caixa positivo será possível pagar contas, gerar receitas e expandir sua empresa. Como é possível se proteger contra o fluxo de caixa inadequado ou seu uso excessivo? Aqui estão alguns dos erros mais comuns a serem evitados:

Ignorar estratégias

O gerenciamento diário do fluxo de caixa é essencial para garantir que você possa operar seus negócios com sucesso, pagar dívidas e planejar o crescimento da empresa. Isso requer um monitoramento cuidadoso das despesas gerais e operacionais, níveis de estoque, cobrança de dívidas e lucro.

A análise regular do fluxo de caixa destaca os altos e baixos cíclicos em seu negócio e setor. Essas informações ajudarão no planejamento de estoque, calculando o tempo de empréstimo, contratação de pessoal e sabendo quando impulsionar o marketing e as promoções. Sem gerenciamento regular do fluxo de caixa, o empreendedor está apenas predizendo hipóteses.

Superestimar as vendas

Embora o otimismo seja fundamental para os proprietários de negócios, deixá-lo comprometer sua objetividade pode ser perigoso para o fluxo de caixa. Por isso é importante prever as vendas de forma objetiva e realista, com base em evidências históricas e números reais.

Ao aplicar métodos de estimativa quantitativa, você pode usar dados reais da receita passada de sua empresa ou de outros negócios do setor para identificar tendências e antever vendas futuras.

A previsão de receita, no entanto, pode ser difícil nos primeiros anos da empresa, já que não existem números de vendas anteriores para se basear. É aqui que um experiente mentor de negócios de seu setor pode ser útil para ajudá-lo a projetar vendas futuras.

Equipe diversa trabalhando junta em uma mesa

Gastos por impulso

Começar um negócio envolve muitas despesas benéficas – custos que aumentarão a lucratividade da sua empresa de maneiras mensuráveis. No entanto, existem muitos consultores, assessores e provedores de serviços que ficarão felizes em obter seu dinheiro vendendo mercadorias que você realmente não precisa.

Fique de olho nos resultados financeiros, considerando os custos e benefícios de cada despesa. Junto com sua previsão de receita, crie um orçamento realista e cumpra-o. Planeje quando seu negócio atingirá o ponto de equilíbrio, e quando surgirem despesas inesperadas, volte às projeções e calcule o quanto elas atrasarão a sua estabilidade.

Ser passivo em relação aos pagamentos

Faturas não quitadas são um dos mais velozes destruidores de fluxo de caixa. Se você não for proativo na cobrança de pagamentos, poderá estar a caminho de uma crise. Se seus clientes não ouvirem de você no momento em que um pagamento estiver atrasado, eles provavelmente quitarão por último entre todos os seus fornecedores.

Certifique-se de definir penalidades claras para os atrasos. Boas políticas incluem uma multa de cinco por cento quando o pagamento está cinco dias atrasado, e paralisação do trabalho quando 30 dias (para empresas baseadas em serviços).

Fluxo de Caixa X Capital de Giro

Essa é uma confusão bem comum, até para gerentes acostumados com números e gestão. Estamos aqui para tornar todo o conceito menos complicado.

Por melhores que os números da sua empresa sejam apresentados no momento atual, isso nem sempre quer dizer que seu negócio está indo bem. É por isso que entender o significado de fluxo de caixa e capital de giro é tão importante. Além disso, é essencial que as diferenças entre ambos estejam muito bem desenhadas.

Ao analisá-los, é possível determinar se sua empresa enfrentará prováveis dificuldades para cumprir todas as obrigações financeiras.

Clique aqui para ler nosso post sobre Capital de Giro

Elementos de fluxo de caixa

O fluxo de caixa refere-se à quantidade de dinheiro que entra e sai da sua empresa em um determinado período de tempo. O mais importante a se lembrar, no entanto, é que o fluxo de caixa quase nunca é igual ao lucro líquido, porque a maioria das empresas tende a vender a prazo e depois tomar dinheiro emprestado. Se estiver tendo problemas para determinar seu fluxo de caixa, você pode adquirir alguma ferramenta para tornar essa tarefa menos maçante.

O Sebrae disponibilizou uma planilha de gerenciamento que pode ser útil, clique aqui para acessá-la

Elementos do capital de giro

Capital de giro refere-se à diferença entre os ativos e passivos circulantes da sua empresa. Na contabilidade, o termo “circulante” refere-se a ativos que você pode converter em dinheiro ou passivos que vencem em menos de 12 meses.

ilustração equipe regando dinheiro carregando moeda e trabalhando no computador

Normalmente, esses passivos são empréstimos de curto prazo em vez de dívidas de longo prazo, como por exemplo, o valor que você solicitou antes de abrir seu negócio. Como os dois números constam do balanço da sua empresa, o cálculo do capital de giro não deverá trazer grandes dores de cabeça.

Uma boa quantidade ou aumento no capital de giro significa que os ativos da sua empresa são suficientes para cobrir responsabilidades financeiras que vencem em breve. Já a mudança negativa significa que sua empresa provavelmente não poderá pagar as contas a vencer, o que pode sugerir que você terá que fazer algumas alterações em seus planos.

Fluxo de Caixa: dicas de organização

É fundamental para qualquer empresa ter um fluxo de caixa consistente, mas é ainda mais essencial para startups e PMEs. Se não existe conhecimento para conseguir administrá-lo no primeiro ano de uma organização, é um grande sinal de que provavelmente seu negócio não sobreviverá ao segundo.

Os três elementos principais de uma análise de fluxo de caixa incluem:

Contas a receber: o que os clientes lhe devem;
Contas a pagar: o que você deve aos seus fornecedores;
Dificuldades: aqueles gastos que você espera não ter, mas que podem acontecer.

É necessário gerenciar efetivamente os constituintes citados para conduzir uma empresa com sucesso. Comece com algumas dicas que inicialmente podem fazer muita diferença no seu fluxo de caixa:

1. Estabeleça metas condizentes com a realidade

Essa é uma maneira de organizar seus objetivos a curto e médio prazo. É muito importante, neste estágio, ter ambição e coragem, mas levar em consideração a realidade em que se vive é essencial. Não adianta fazer planos imediatistas ou contando com recursos que não existem – ou que são quase impossíveis de se conquistar.

Mulher subindo pódio para pegar troféu

Suas metas devem ser desafiadoras, exigir aprimoramento constante e conter prazos definidos e flexíveis para serem alcançados. Para isso, encontre um ponto firme que te ajude a conquistar o equilíbrio necessário, especialmente se você é um novo empreendedor.

2. Custos e receitas

Entramos em um ponto importante nas orientações, em que devemos considerar a comparação entre custos e receitas, a fim de obter maior controle sobre o que entra e sai do seu caixa. Essa também é uma das maneiras de entender melhor seus potenciais para economizar dinheiro.

A prática mais eficaz é procurar minimizar os custos em relação à sua renda. Se for possível calcular a proporção do faturamento que sai para pagar as despesas, será menos desgastante e favorecerá os seguintes processos: controlar o dinheiro; reduzir as dívidas e iniciar um fluxo de caixa positivo.

Além disso, te auxiliará potencialmente a identificar as áreas cruciais em que os gastos são maiores do que você previra.

3. Incentive os clientes a pagarem antes

Oferecer descontos costuma ser uma metodologia eficaz para estimular os clientes a pagarem de maneira antecipada, afinal, todo mundo deseja obter abatimento nos custos ou vantagens ao lidar com dinheiro.

Seja rígido nos seus padrões de crédito, não flexibilize o pagamento parcelado e concentre a seriedade necessária para encontrar clientes dispostos a se comprometerem com as prestações mensais e os contratos assinados.

4. Guarde recursos

Manter uma reserva para usar em imprevistos com certeza te proporcionará segurança e maior confiança na hora de negociar valores. É comum ter, em alguns momentos, baixas no caixa. A maioria dos empresários já vivenciaram isso ou passam por essa situação às vezes.

É necessário levar esse “pensamento à frente” para o lado prático, a fim de assegurar o equilíbrio do seu fluxo de caixa e um capital de giro saudável para o seu negócio. Não deixe para guardar dinheiro apenas quando tiver grandes lucros, esse erro pode custar a sobrevivência da sua empresa.